
Desde 2023, o Sesc Santa Catarina vem fortalecendo um novo olhar sobre a formação esportiva, investindo na capacitação de seus instrutores para atuar com base na perspectiva do Desenvolvimento Positivo de Jovens (DPJ) — uma abordagem da psicologia positiva que acredita que todo indivíduo possui potencial para um futuro de sucesso.
No contexto esportivo, essa perspectiva vai muito além do desempenho técnico: trata-se de promover habilidades que os alunos possam levar para a vida. Essas habilidades para a vida, ou life skills, englobam competências emocionais, sociais e psicológicas, como empatia, comunicação, honestidade, respeito e trabalho em equipe.
O esporte, quando vivido em um ambiente acolhedor, ético e orientado ao desenvolvimento humano, torna-se um terreno fértil para cultivar essas qualidades. Ao longo de 2025, cada bimestre foca em um desses valores. Entre maio e junho, o foco foi a empatia.
O que é empatia no esporte?
No Sesc, a empatia é entendida como a capacidade de compreender o outro nas relações sociais, de se colocar no lugar do colega, de reconhecer suas emoções e de agir com respeito e solidariedade.
Essa habilidade foi estimulada em diferentes modalidades e faixas etárias, por meio de dinâmicas práticas e conversas reflexivas que promoveram a escuta, a convivência e o apoio mútuo.
Confira a seguir alguns exemplos de como os instrutores aplicaram esse valor em suas turmas:
Sesc Chapecó - Karatê com inclusão e respeito
No Karatê do Sesc Chapecó, a empatia é um dos pilares do trabalho. As turmas são formadas por alunos diversos, incluindo crianças com autismo, TDAH, hiperatividade, déficit de atenção e superdotação.
As aulas começam com conversas sobre a importância de incluir a todos, independente do nível ou das dificuldades.
“Todos, em algum momento, precisam de ajuda. Em vez de apontar falhas, devemos estender a mão”, explica a instrutora Tais Cristina da Silva.
O resultado é um ambiente de respeito mútuo, onde os alunos aprendem, além dos movimentos da arte marcial, valores para a vida.
Sesc Chapecó.
Sesc Itajaí - Empatia na quadra e no jogo
Sesc Itajaí.
A turma da instrutora de vôlei Miliane Cristine Cordeiro, do Sesc Itajaí, discutiu o conceito de empatia já no início das aulas.
Os próprios alunos trouxeram reflexões sobre desigualdade no nível técnico entre os colegas e a importância da postura solidária.
Além de conversas, foram realizadas atividades práticas, como a vivência do vôlei sentado, modalidade paralímpica que ampliou a compreensão sobre as realidades e limitações dos outros.
O diálogo e o exercício prático permitiram que os alunos se conectassem de forma mais consciente e empática.
Sesc Joinville – Natação com escuta e sensibilidade
Na turma de natação infantil da instrutora Jessica Sperandio, a empatia foi trabalhada por meio de jogos cooperativos e observação das emoções.
Situações como frustração por perder um jogo ou dificuldade de cumprir uma tarefa viravam oportunidade para refletir: "Como você se sentiria se fosse seu amigo?"
Após as atividades, as crianças participavam de rodas de conversa para compartilhar emoções e pensar em formas de ajudar os colegas.
Com o tempo, atitudes de gentileza passaram a surgir naturalmente nas aulas — um reflexo da empatia em ação.
Sesc Joinville.