Histórias que fazem Sesc: Do Sesc para a ribalta


11/09/2017 - Atualizado em 13/09/2017 - 629 visualizações


Momentos antes de subir ao palco do belíssimo Teatro Municipal Bruno Nitz, de Balneário Camboriú, para uma apresentação junto a seu professor de música, um filme passou pela cabeça da jovem Juliana Gomes Charão. Para a menina tímida, que viera há poucos anos com a família do Rio Grande do Sul em busca de novas oportunidades no litoral catarinense, tudo aconteceu muito rápido. A moça de 16 anos que estava prestes a mostrar suas habilidades no baixo elétrico, instrumento que a consagrou como uma grata revelação da música local na interpretação de composições clássicas do jazz mundial, ainda tentava absorver a velocidade de como tudo acontecera. 

Juliana sempre teve muita vontade de aprender música, mas a timidez a impedia de tocar no assunto com a família. Quando veio morar em Balneário Camboriú, descobriu as aulas de contrabaixo, violão e guitarra que a Unidade do Sesc oferecia. Foi então que tomou coragem e decidiu se matricular no projeto que acolhe alunos de todas as idades, de pré-adolescentes a idosos. Desde o primeiro dia de aula, em 2014, ela percebeu que algo estava mudando em sua vida. De lá para cá, Juliana ganhou a admiração do professor, que confessa nunca ter visto um talento se desenvolver em tão pouco tempo e com tamanho brilhantismo.

O resultado desse encontro extrapolou os momentos de aprendizado na Unidade do Sesc, onde Juliana ainda continua aprendendo, a cada nova aula. Hoje, professor e aluna são parceiros musicais e preparam o lançamento de um projeto ousado, um CD no qual interpretam clássicos do jazz contemporâneo. Músicas que no início eram desconhecidas para Juliana, mas que a cada aula ganhavam melhores interpretações. Em menos de dois anos, a qualidade do som que Juliana passou a tirar do baixo e o crescimento técnico que exibiu impressionaram o professor e seus colegas de aula.  

Mesmo que o curso de música oferecido pelo Sesc em Balneário Camboriú não vise a formar profissionais, mas conhecedores de música em todas as suas vertentes, Juliana já pode se considerar com um pé na profissão. Desde que a Unidade foi inaugurada na famosa praia catarinense, cerca de 60 alunos frequentam semanalmente as aulas, envolvendo-se no aprendizado de mais de um instrumento. São lições de teclado, guitarra, violão e baixo, e onde todos têm ainda a oportunidade de demonstrar o crescimento no aprendizado, com apresentações periódicas e em datas comemorativas realizadas no restaurante ou no saguão da Unidade. Se em tão pouco tempo o Sesc em Balneário Camboriú viu surgir um talento como o de Juliana Gomes Charão, tudo indica que vem muita coisa boa pela frente. A arte catarinense agradece.       


*Este artigo foi adaptado do livro “Uma história feita de muitas”, publicado em 2016 como parte das comemorações dos 70 anos do Sesc em Santa Catarina. 
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