Na prática, os alunos foram incentivados a identificar os alimentos in natura e minimamente processados, partilhar habilidades culinárias, simular feiras livres, montar pratos saudáveis, planejar listas de compras, finalizando o projeto com a customização de lancheiras saudáveis , fazendo alusão ao último dos Dez Passos que orienta para que sejamos críticos com a publicidade dos alimentos.

O projeto foi compartilhado com as áreas de Nutrição e Educação do Sesc de todo o Brasil como uma iniciativa inspiradora, em reunião técnica do Departamento Nacional do Sesc e também foi selecionado para o Laboratório de Inovação em EAN da OPAS, OMS, Ministério da Saúde e Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília Opsan/UnB. 

 Por que fazemos ações de EAN nas Escolas do Sesc? 

 O Marco de Referência em Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é uma publicação que traz a alimentação para o âmbito da educação e da cidadania ao abordar a alimentação na perspectiva de um direito humano e da segurança alimentar, a ser explorado como um campo de conhecimento e prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, considerando as interações e os significados que compõem o comportamento alimentar. Ele embasa os projetos da Alimentação Escolar do Sesc SC.  

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição (ENANI), realizado em 2019 com crianças brasileiras menores de 05 anos, revelou na época, que 28% das crianças estavam com obesidade, sobrepeso ou risco para sobrepeso; 19% das crianças menores de 02 anos estavam com anemia, e apenas 45% das crianças tiveram aleitamento materno exclusivo. 

 A Pesquisa Nacional sobre Alimentação na Primeira Infância, realizada pelo Unicef em 2021 com 1647 crianças menores de 06 anos beneficiadas na época pelo Bolsa Família, trouxe resultados que possivelmente refletem alguns efeitos da pandemia: 72% dos cuidadores das crianças afirmou que a mesma havia deixado de fazer alguma refeição (antes da pandemia esse índice era de 54%); 80% das crianças havia consumido ultraprocessados no dia anterior à pesquisa, e os motivos mencionados para este consumo foram: sabor, praticidade e preço, nesta ordem. Além disso, quase a metade dos cuidadores dessas crianças associaram os ultraprocessados como parte de uma alimentação saudável. 

 “Os dados mostram a tendência cada vez maior da desnutrição e obesidade caminharem lado a lado, como problemas importantes de saúde pública em todos os níveis sociais. Ambos, resultantes do consumo inadequado de alimentos de qualidade ou da falta de acesso a estes, agravado pelo consumo excessivo de ultraprocessados, por motivos que vão desde sabor (hipersabor), a preço e praticidade. Isso reforça a necessidade de estratégias que incentivem e ampliem o acesso à alimentação adequada e saudável, e de investimento contínuo em educação nutricional para toda comunidade escolar. Resgatar culturas alimentares e hábitos de cozinhar e partilhar alimentos à mesa nunca foram tão necessários e atuais"

 Letícia Zago, Nutricionista do Sesc SC. 

As ações educativas constituem característica básica das ações institucionais do Sesc e permeiam todos os serviços desenvolvidos, tendo, como principais vertentes, a informação, a capacitação e o desenvolvimento de valores.         

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