Sesc abre exposições de artes visuais em Concórdia, Lages, Joaçaba, Joinville, Jaraguá do Sul e Itajaí


03/04/2019 - Atualizado em 03/04/2019 - 549 visualizações

No dia 04 de abril, o Sesc Santa Catarina abre sete exposições no Estado, com visitação gratuita. Pelo projeto nacional Arte Sesc, a mostra “Carlos Vergara viajante: experiência de São Miguel das Missões” chega ao Sesc Concórdia. Através do projeto estadual Rede Sesc de Galerias, as mostras "Enlaces Afetivos" de Silvana Búrigo; "Desenhos Contemporâneos" de Diego de Los Campos; e "Caminho das Águas" de Tito Oliveira, entram em cartaz nos espaços do Sesc Jaraguá do Sul, Joaçaba e Itajaí, respectivamente. E pelo projeto local Arte na Cidade, as Unidades de Joinville e Centro Cultural Vidal Ramos de Lages recebem as mostras “Palavra Tomada” de Sergio Adriano H; “Capelas – Coletânea fotográfica”, de Aryana Vacanaia, Bruno Duarte, Eliane Matos, Eriel Florêncio e Jary Carneiro Junior; e “Memórias da Marcenaria – Portas que se abrem... Máquinas que se movimentam... Mãos que trabalham...” de Ângela Waltrick.

CONCÓRDIA

A exposição “Carlos Vergara viajante: experiência de São Miguel das Missões”, abre no dia 04 de abril, às 19h, na Galeria de Arte do Sesc Concórdia (Rua Romano Anselmo, 620 – Centro). A visitação é gratuita e acontece de 05 de abril a 24 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h.

A mostra circula pelo projeto nacional Arte Sesc com 14 obras divididas entre monotipia em tecido, monotipia e pintura em lona crua, montagens fotográficas e vídeo. Carlos Vergara viaja para pintar, buscando no deslumbramento do ver pela primeira vez a força motriz da sua poética visual.

Nas experiências de São Miguel das Missões, o artista encontra esse lugar povoado por acontecimentos de relevância religiosa, política e geográfica para a história da América. Aldeamentos indígenas gerenciados por padres jesuítas no Novo Mundo, as missões representavam parte do sonho jesuíta de civilização e evangelização desses povos.

Nesta viagem, vários tempos e espaços se encontram e se multiplicam na superfície da tela e dos lenços, nas fotografias em 3D e nas imagens do vídeo Sudário. Da história pessoal à cultural, passando pela revisitação de modos de vida soterrados e esquecidos, e chegando à própria potência da arte em abrir perspectivas de compreensão que não se encaixam no saber científico e objetivo. Criou-se ali, no estremos sul da América, uma possibilidade singular e utópica de vida em comum.

Sobre o artista: Nascido na cidade de Santa Maria (RS), em 1941, Carlos Vergara iniciou sua trajetória nos anos 60, quando a resistência à ditadura militar foi incorporada ao trabalho de jovens artistas. Em 1965, participou da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um marco na história da arte brasileira, ao evidenciar essa postura crítica dos novos artistas diante da realidade social e política da época. A partir dessa exposição se formou a Nova Figuração Brasileira, movimento que Vergara integrou junto com outros artistas, como Antônio Dias, Rubens Gerchmann e Roberto Magalhães, que produziram obras de forte conteúdo político. Nos anos 70, seu trabalho passou por grandes transformações e começou a conquistar espaço próprio na história da arte brasileira, principalmente com fotografias e instalações. Desde os anos 80, pinturas e monotipias tem sido o cerne de um percurso de experimentação. Novas técnicas, materiais e pensamentos resultam em obras contemporâneas, caracterizadas pela inovação, mas sem perder a identidade e a certeza de que o campo da pintura pode ser expandido. Em sua trajetória, Vergara realizou mais de 180 exposições individuais e coletivas de seu trabalho.

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JARAGUÁ DO SUL

A exposição “Enlaces Afetivos”, de Silvana Búrigo, com curadoria de Anna Moraes, conta histórias da artista na forma de bordados. Silvana estará presentes na abertura, no dia 04 de abril, às 19h30, na Galeria do Sesc Jaraguá do Sul (Rua Jorge Czerniewicz, 633). A visitação acontece de 05 de abril a 24 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada gratuita.

Estarão expostos 21 bordados emoldurados em tamanhos variados, acompanhados de relato em texto. Memórias de infância e da juventude, com a constante paisagem da ilha de Florianópolis aparecem nos coloridos bordados da artista, cheios de detalhes, personagens, situações reais e ficções. Ela oferece ao espectador não só a cena costurada e bordada, mas também um pequeno relato em texto da obra. Palavra, linhas e amarras fundem-se nesta exposição que se vale de práticas de contar histórias e do bordado passadas de geração em geração para eternizar lembranças e experiências pessoais.

Sobre a artista: Silvana Búrigo é aposentada, formada em Serviço Social pela Ufsc, cursou oito semestres do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Teatro na Udesc. Nasceu em Criciúma em 1958, e reside em Florianópolis há 41 anos.

Como algumas mulheres de sua geração, aprendeu a bordar no colégio de Freiras e com sua mãe, além de fazer crochê, tricotar e costurar roupinhas de bonecas. Os estudos e o trabalho a afastaram desse universo, e somente quando se aposentou, em 2002, demonstrou interesse em aprender Patchwork.

Aprendeu esta técnica de costurar com retalhos que estava começando a despontar em Florianópolis durante 5 anos até que se encantou com o trabalho de Dona Maria Celeste Carvalho Neves, já falecida, que bordava a cultura da ilha de Florianópolis com temáticas africanas. Em 2013 passou a bordar a história de sua vida e de sua família, e atualmente conta com um acervo de 23 obras com esta temática. Em 2015 passou a fazer aulas de desenho para aprimorar seus bordados. Atualmente, Silvana desenha, pinta e borda.

Silvana participou de quatro exposições coletivas e uma exposição individual, esta última na Galeria de Arte do Mercado Público, via Edital. Além disso, um de seus bordados ilustra a capa do livro “Alfabetização de crianças de 06 a 08 anos Relatos de Experiência Docente”, do Núcleo de Publicações do Centro de Ciências da Educação da UFSC.

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JOAÇABA

A Exposição “Desenhos Contemporâneos”, de Diego de Los Campos, com curadoria de Anna Moraes, apresenta aguadas de nanquim sobre papéis que compõem os cinco desenhos da série. A abertura será no dia 04 de abril, às 20h, na Galeria do Sesc Joaçaba (Rua Getúlio Vargas, 285 – Centro). A visitação acontece de 05 de abril a 27 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada gratuita. O artista estará na cidade em maio (com data a confirmar) para uma conversa com o público.

Desdobramento de trabalhos anteriores, esta série apresenta formas mais imprecisas que jogam com dualidades e se encontram em um meio-termo de desenho-pintura, traço-mancha, forma-fundo e retrato-paisagem. Além disso, os desenhos interrogam questões do ser contemporâneo e da sociedade atual – tema não só recorrente, mas habitual na produção do artista.

Sobre o artista: Diego de los Campos (1971), formado em 1997 na Faculdade de Artes da Universidade da República, Uruguai. Desde 1999 no Brasil, expõe regularmente e participa de exposições de arte contemporânea com trabalhos em vídeo, animação, desenho e arte sonora. Em 2010 a 2017 foi selecionado em diversos Salões como o de Piracicaba, de Ribeirão Preto, Arte Pará, Xumucuís, Salão de Natal entre outros.

Em Santa Catarina, em 2011 expôs individualmente no Museu Victor Meirelles, "Simpatia", trabalhos em animação, fotografia e instalação cinética, e em 2016 no Museu de Arte de Blumenau, na Galeria Municipal Pedro Paulo Vechietti, no Instituto Internacional Juarez Machado, no MASC, e em França no L'espace AP na cidade de Toulouse. Desde 2010 participa do Coletivo Artístico Nacasa onde trabalha e dá cursos de multimídia.

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ITAJAÍ

A exposição “Caminho das Águas”, de Tito Oliveira é uma extensa série de pinturas em acrílico sobre madeira que teve início em 2008, onde o pintor sublima a experiência de viver junto à natureza do litoral sul. A série abstrata de pequenos formatos formada a partir de milhares de pontos coloridos convidam o público a perceber formas e imagens em composições e cromatismos muito suaves.

O artista estará presente na abertura, no dia 04 de abril, às 19h, na Galeria do Sesc Itajaí (Rua Almirante Tamandaré, 259 – Centro). A visitação acontece de 05 de abril a 24 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada gratuita.

Sobre o artista: Tito Oliveira é pintor autodidata, nascido em Santo Ângelo/RS, que residiu desde os dezoito anos em Novo Hamburgo RS onde teve destacada atividade cultural. Além de manter contínua produção em pintura, promove muitos artistas na primeira galeria de artes do Vale dos Sinos, a “Cavalo Azul”, e participa dos movimentos que levaram à importantes conquistas dos artistas naquela região, como a instalação de centros culturais e de pesquisas de arte..

Na década de 80, realizou exposições individuais, e participou de salões em espaços institucionais, como o “Primeiro Jovem Arte Brasil Sul/Sulamérica” e mostras em conceituadas galerias de artes no sul do país. Nos anos 90, em parceria com o artista multimídia Txaka Amaral, realiza exposições com destaque para a retrospectiva “Viva Pintura”, na Galeria da Fundação Cultural de Blumenau/SC (1997) e “Olhares”, na Pinacoteca do Centro Universitário Feevale em Novo Hamburgo.

Em 2002, após uma temporada de dois anos com atelier no Centro Histórico de Paraty RJ, os artistas instalam o “Atelier Rio do Poeta”, aberto à visitação pública, na Praia do Siriú, em Garopaba/SC. Desde 2005 a coleção “Caminho das Águas “vem sendo criada com inusitadas técnicas como borrifos, pingos e milhares de minúsculos pontos de cor, em uma verdadeira ode às belezas naturais do litoral sul catarinense.

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JOINVILLE

A exposição “Palavra Tomada” de Sergio Adriano H conta com 9 séries, entre fotografias, instalações, vídeo arte, recorte, colagem e performance. Totalizando 13 obras que relacionam a palavra e questão do negro no Brasil. Em maio o artista realizará uma performance na galeria com data a confirmar. A abertura será no dia 04 de abril, às 20h, com a presença do artista. A visitação acontece de até 24 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.

O preconceito racial permeia a poética de Sérgio Adriano H que tem o corpo, a palavra, a fotografia e a história como ferramentas discursivas. Com radicalidade, incorpora um vocabulário político dentro do seu processo estético. A política, entendida como espaço, encontro e processos de transformação, também está manifesta em seu modo nômade e disponível nas ruas, nas escolas, nas praças, nas galerias. Com uma atuação transregional, o artista adota estratégias, referências e parcerias em favor da criação, da circulação dos trabalhos e da produção de conhecimento e reflexão.

Sobre o Artista: Sergio Adriano H (1975) é natural de Joinville, artista visual, performer e pesquisador. Vive e produz em Joinville e São Paulo. Formado Artes Visuais e mestre Filosofia. Selecionado em 2014 como um dos 30 artistas mais influentes do Estado de Santa Catarina tendo sua biografia incluída no livro Construtores das Artes Visuais: Cinco Séculos de Artes em Santa Catarina. Participou em 80 exposições individuais, coletivas e salões. Acumula várias premiações incluindo: Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – 2014 e 2017, 10° Salão Nacional Elke Hering – Blumenau 2012 e o 10° Salão Nacional de Arte – Itajaí 2005.

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LAGES

Em Lages, o Sesc abre simultaneamente duas exposições que tem como pano de fundo a região serrana: “Capelas – Coletânea fotográfica” e “Memórias da Marcenaria: Portas que se abrem... máquinas que se movimentam... mãos que trabalham...". A abertura será no dia 04 de abril, às 20h, na galeria de Arte do Sesc, no Centro Cultural Vidal Ramos (Rua Vidal Ramos Junior, 152 – Centro). A visitação é de 05 de abril a 24 de maio, de segunda a sábado, das 9h às 21h, nos domingos e feriados, das 14h às 18h.

A mostra “Capelas – Coletânea fotográfica”, de Aryana Vacanaia, Bruno Duarte, Eliane Matos, Eriel Florêncio e Jary Carneiro Junior, com orientação e curadoria de Jary Carneiro Jr, é uma exposição coletiva composta por registros fotográficos de capelas localizadas em comunidades rurais na região serrana, mais especificadamente as do distrito de Santo Antônio dos Índios, localizadas entre os municípios de Lages, Palmeira e Bocaina do Sul. O objetivo da mostra e expor as comunidades através do símbolo comum entre elas, as igrejas, ponto de encontro e referência em todos elas.

A mostra “Memórias da Marcenaria: Portas que se abrem... máquinas que se movimentam... mãos que trabalham...", de Ângela Waltrick, reflete sobre a importância da valorização da memória serrana enquanto patrimônio imaterial. O foco desencadeador se refere a extração da madeira, o seu beneficiamento e, por conseguinte a sua transformação que passa a se tornar de suma importância para a geração de renda de muitas famílias, ao longo dos anos. Nas exposições, o público poderá conferir 26 obras que vão da fotografia à instalação, além de vídeo e obra sonora.

Sobre os artistas:

Jary Carneiro Jr. é bacharel em Ciências Biológicas graduado pelo Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac (2010), aluno ouvinte na disciplina de fotografia do Curso de Artes Visuais pelo Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac (2010), curso de Fotografia Digital pelo Senac (2010), oficina de Fotografia Pinhole, com Álvaro de Azevedo Diaz pelo Sesc / Museu Thiago de Castro (2011), curso Usina de Cinema pela Fundação Cultural de Lages (2013).

Ângela Aparecida Coelho Waltrick (Lages) é arte-educadora, educadora teatral, escritora, pesquisadora, performer, artista plástica. Paralelo à carreira em Administração, sempre foi professora do Ensino Fundamental e Médio. Em 2000, ingressou na Uniplac, onde cursou Artes Plásticas e pós-graduação em Fundamentos Estéticos e Metodológicos do Ensino da Arte e em Artes Visuais. Cursa Mestrado em Educação. Efetiva na rede pública estadual e municipal de ensino na cadeira de artes. Durante o período acadêmico dedicou-se em pesquisar e aprofundar principalmente Arte Contemporânea e a sua grande paixão: Marcel Duchamp. Desenvolveu pesquisas científicas: ”Do Anônimo ao Conceito e do Essencial ao Efêmero” e “Quando a Pele Fala”. Atualmente pesquisa sobre “A violência nas Escolas Públicas”, de Lages e a “Arte como possibilidade de enfrentamento”. Participa na Uniplac, do Grupo de Pesquisa Gênero, Educação e Cidadania na América Latina da Uniplac (Gecal), e da Incubadora Tecnológica (ITCP). Recebeu o prêmio Memória Lages, prêmios literários e menções honrosas enquanto arte-educadora.

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