Reexistência Sul: música e teatro no Sesc Prainha com entrada franca


26/12/2022 - Atualizado em 27/12/2022 - 852 visualizações

O Cia Nosso Olhar, Coletivo Teatral Independente de pesquisa e desenvolvimento da arte negra e da negritude apresenta, nesta terça e quarta-feiras, (27 e 28/12) o evento Reexistência Sul, levando música e dramaturgia ao Teatro Sesc Prainha. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados uma hora antes do espetáculo, a partir das 19h. Coletivo Nega, do grupo Poeira e Gabriel Rosa.

Leandro Batz, fundador da Cia Nosso Olhar, explica que a ideia surgiu como forma de dar visibilidade à vida, a arte e ao trabalho da população negra, como parte importante do perfil identitário catarinense. "A gente tem percebido, olhando o Brasil de uma maneira macro, que, no Sul do país, principalmente no estado de Santa Catarina, tem sido apagada a existência desses corpos negros. Falando mais de Florianópolis,  é como se a gente não existisse aqui, como se a gente fosse de fora, mas não, tem muita gente negra nativa, natural daqui. Pensamos em trazer algumas pessoas e grupos de Florianópolis,  para gente se juntar e fazer essa apresentação. Fizemos uma parceria com o Sesc Prainha que super topou, então, antes de acabar  o ano a gente resolveu mostrar que existe uma resistência sul, de pessoas negras, nesse lugar", afirma o diretor da mostra.

Terça-feira, 27 de dezembro

Poeira, 20h

Na estreia, terça-feira, 20h, o ator e autor, Luan Renato Teles, apresenta o monólogo Poeira, "um olhar sobre o passado com a intenção de responder algumas perguntas que ficaram sem respostas, levantando questões sobre masculinidade, família e amor". O drama procura responder ao conflito que acompanha o personagem ao longo da vida. "A infância é um borrão na nossa cabeça. A gente sempre lembra pouca coisa de quando éramos crianças. Mas tem uma pergunta, da qual me lembro com muita clareza, que me fizeram naquela época e que me acompanha pela vida: ‘você nasceu pra ser ou pra fazer poeira?", provoca Luan.

Força Ancestral, 21h

O músico, Gabriel Rosa,  apresenta o show "Vivências" com repertório totalmente autoral, mesclando ritmos e movimentos da cultura popular afro-brasileira. Neste show, ele retrata um pouco de sua trajetória e das histórias que escuta e consegue transmitir através da música.



Quarta-feira, 28 de dezembro

Não corre, menino! 20h

A frase dita a muitos meninos negros para evitar abordagens policiais indevidas revela a crueldade do racismo e o impacto dessa cultura na infância.  De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a cada 23 minutos uma pessoa negra é assassinada no Brasil. O coletivo Cia Nosso Olhar conta a história de Eduardo da Silva Santos, menino negro e periférico, de 12 anos, morto por uma bala perdida. O monólogo denuncia a violência contra as crianças negras e periféricas e faz uma crítica ao racismo e à violência desproporcional utilizada pelas forças armadas nas periferias do Brasil.

Canto pra quem é de noite, 21h 

Na mesma noite, ritmo, dança e música em "Canto pra quem é de noite", do Coletivo Nega. "Nós temos a música como fonte de inspiração de poder, de resistência como ponto marcante não apenas na luta, mas na vida das pessoas negras. A música, em um olhar mais abrangente, faz parte de todo um contexto de vidas negras que vibram nas entrelinhas das cidades. Essas vidas têm um ritmo que pulsa e contagia, identifica e comove. É o ritmo da música negra. 

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