Com o tema “Bandas de Música”, Sonora Brasil Sesc chega a Santa Catarina


08/11/2017 - Atualizado em 24/11/2017 - 574 visualizações

Realizado pelo Sesc, a 20ª edição do Sonora Brasil – maior projeto nacional de circulação musical –apresenta em Santa Catarina o tema “Bandas de Música: formações e repertórios”. A programação traz ao Estado, as bandas Corporação Musical Cemadipe, de Goiás; Sociedade Musical União Josefense, de Santa Catarina; ABandinha, do Amazonas; e o Quinteto de Metais UFBA, da Bahia. São quatro formações distintas, sendo três representando os grupos tradicionais que se apresentam nas ruas e praças e um representando o segmento da música de concerto com repertório inspirado na sonoridade das bandas.

Em formato de mostras musicais, o projeto circula por nove cidades catarinenses, de 15 a 29 de novembro, com apresentações gratuitas. Cada município recebe quatro atrações – uma por dia. O circuito inicia em Florianópolis (15 a 18/11) e segue para Navegantes (16 a 19/11), Jaraguá do Sul (17 a 20/11), Joinville (18 a 21/11), Laguna (20 a 23/11), Rio do Sul (22 a 25/11), Vidal Ramos (23 a 26/11), Lages (24 a 27/11) e Chapecó (26 a 29/11).

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Tradicionais em todo o Brasil, as bandas têm origem no meio militar e são reconhecidas como importantes instituições formadoras de músicos, responsáveis pela base da educação musical de um grande número de instrumentistas que hoje integram orquestras e conjuntos de câmara. O projeto visa traçar um panorama desses grupos, por isso traz conjuntos de diferentes regiões do Brasil, recuperando repertórios originais, históricos ou recentemente compostos.

O Sonora Brasil é um projeto temático que tem como objetivo trazer ao público expressões musicais pouco difundidas que integram o amplo cenário da cultura musical. A proposta é despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão de música no país. A ação possibilita às populações contato com a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pelo Sesc, visando à formação de plateia. Consagrado como o maior projeto de circulação musical do país, a cada biênio o projeto aborda dois novos temas. A seleção dos grupos e a definição das temáticas é feita por uma curadoria nacional, formada por profissionais do Sesc de todo o país. O biênio 2017/2018 tem como temas “Bandas Musicais: formações e repertórios”, que neste ano circula pelos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e “Na pisada dos cocos”, que circulará pelo Estado no ano que vem. Até o fim de 2017, o projeto promoverá 420 concertos de música regional brasileira em 108 cidades, incluindo municípios fora dos grandes centros urbanos. Todas as apresentações são essencialmente acústicas, valorizando a qualidade sonora das obras e de seus intérpretes. Desde sua criação em 1998, o Sonora Brasil já realizou 5.319 apresentações de 80 grupos, alcançando cerca de 520 mil espectadores.

CORPORAÇÃO MUSICAL CEMADIPE (APARECIDA DE GOIÂNIA/GO)

A Corporação Musical Cemadipe, criada em 2005, é uma banda formada por jovens de Aparecida de Goiânia, que participam de um projeto social local existente desde 2001 e que abarca cerca de 80 jovens. 

O projeto possui um núcleo de 15 jovens, maiores de 18 anos, que reúne os mais produtivos e com perfil de profissionalização na área da música. Destes, os que não estão cursando faculdade de Música, estão buscando esta oportunidade. São eles que compõem o grupo que circula no projeto Sonora Brasil.Na composição do panorama apresentado no projeto, a Cemadipe representa as bandas civis que lidam com repertórios de marchas e hinos. Formada por naipes de metais e percussão, abordando repertórios de relevância histórica e com atenção especial a compositores goianos, o grupo também vai apresentar instrumentos de fanfarras e exemplos de seu repertório específico.O grupo é formado por Bruno Bernardes (Trompete), Hyago Tocach (Trompete), Ismael Trindade (Trompete), Lourrainy Cabral (Trompete), Jordânia Silva (Trompa), David Souza (Trombone), Alinne Sousa (Flugelhorn), Amanda Batista (Flugelhorn), Wellington Lemos (Eufônio), Cailton Silva (Tuba), Bruno Augusto (Percussão), Mauricio Silva (Percussão), Rivenilson Silva (Percussão), Matheus Cardoso (Percussão), e regido pelo maestro Rogério Francisco.

SOCIEDADE MUSICAL UNIÃO JOSEFENSE (SÃO JOSÉ/SC) 

Fundada em 1876, a partir da fusão de três antigas bandas, a União Josefense é uma das mais antigas do estado de Santa Catarina. Formada por 28 músicos, desenvolve repertório variado, transitando por arranjos e adaptações de música popular e erudita, mas também domina repertórios tradicionais que 


envolvem marchas, hinos, dobrados e músicas ligadas a festividades religiosas. A banda mantém uma escola de música que oferece aulas gratuitas de instrumentos de sopro e percussão a jovens maiores de 12 anos e, em 2016, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial de São José.No contexto do projeto Sonora Brasil seu papel é o de apresentar repertório composto originalmente para bandas de música com especial atenção aos dobrados e marchas religiosas, também cabendo ao grupo ilustrar a fase de transição na história das bandas quando se tornou habitual a inclusão de gêneros populares dançantes, típicos do ambiente das gafieiras.O grupo é formado por Fábio Agostini Mello (flauta, flautim, saxofone soprano e tenor), Ney Platt (flauta, saxofone alto e tenor), Braion Johnny Zabel ( clarinete, sax alto), Rui Gilvano Da Silva (clarinete), Jean Carlos da Silva Rodrigues (trompete), João Paulo Trierwaller (trompete), Carlos Felipe Andrade Schmidt (bombardino e trombone), João Geraldo Salvador Filho (tuba), Artur José Fernandes (trombone), Jean Leiria (percussão) e Cristiano Canabarro Forte (percussão) sob a condução do regente Jean Gonçalves (regência).

ABANDINHA (Manaus/AM) 

Formado em 2015, o grupo é inspirado na Bandinha de Altamiro Carrilho, que era caracterizada como uma formação compacta, composta pelos naipes de madeiras, metais, percussão e um instrumento harmônico, no caso o banjo, e que nas décadas de 1950 e 1960 fez grande sucesso nas rádios tocando repertório de valsas, choros, maxixes, 

marchas-rancho e outros ritmos populares. A sonoridade do grupo e o repertório também fazem referência aos antigos ranchos carnavalescos que precederam os blocos de Carnaval e as Escolas de Samba no Carnaval carioca, dos quais Ameno Resedá é o mais lembrado até os dias de hoje.No projeto Sonora Brasil, ABandinha traz ao público um recorte muito específico derivado das bandas tradicionais de origem militar. Essas formações, de um modo geral, contavam com a participação de músicos oriundos dessas bandas e os repertórios ganharam contornos próprios à formação e ao contexto social no qual os grupos estavam inseridos. Faz parte do programa de concerto do grupo repertórios relacionados a festividades populares da região amazônica.O grupo foi idealizado pelos músicos Rosivaldo Cordeiro (banjo) e Cláudio Abrantes (flauta) e é integrado também por Jonaci Barros (saxofone), Vadin Ivanov (clarinete), Rodrigo Nunes (bombardino), Paulo Dias (trompete), Carlos Alexandre (sousafone), Ronalto Alves “Chinna” (percussão).

QUINTETO DE METAIS DA UFBA (SALVADOR/BA)

O quinteto de metais tradicional é um conjunto de câmara formado por dois trompetes, uma trompa, um trombone e uma tuba, instrumentos que integram o naipe de metais das orquestras sinfônicas. Trata-se de um dos conjuntos de câmara mais tradicionais no campo da música de

concerto.No Brasil é um fato incontestável que um grande número de instrumentistas de sopro, especialmente no naipe de metais, obteve sua formação musical de base nas bandas marciais – filarmônicas, escolares, etc. Muitos, inclusive, são naturais de cidades do interior onde as sociedades musicais são, muitas vezes, o único ou o mais acessível caminho para quem deseja estudar música. Esse histórico cabe também ao Quinteto de Metais da UFBA, cujos integrantes vivenciaram exatamente este percurso.A inclusão de um quinteto de metais nesta edição do projeto Sonora Brasil tem por objetivo apresentar repertórios compostos para esta formação, no âmbito da música de concerto, que apresentem influências da sonoridade interiorana das bandas tradicionais. Repertórios encontrados, de um modo geral, na obra de compositores que também vivenciaram este percurso como instrumentistas, partindo, posteriormente, ao estudo acadêmico dedicado à composição. O grupo é formado pelos músicos Heinz Schwebel (trompete), Joatan Nascimento (trompete), Lélio Alves (trombone), Celso Benedito (trompa) e Renato Pinto (tuba), todos professores da Universidade Federal da Bahia – UFBA.


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