Sesc apresenta o espetáculo “Quem tem medo de travesti” em Jaraguá, Joinville e Florianópolis


01/06/2017 - Atualizado em 09/06/2017 - 1211 visualizações


O espetáculo “Quem tem medo de travesti” do Coletivo Artístico As Travestidas (CE) terá apresentações gratuitas, seguidas por debates com o grupo, nos Teatros do Sesc em Jaraguá do Sul (07/06, às 20h), Joinvile (08/06, às 20h) e Florianópolis – Prainha (11/06, às 18h e 20h e 12/06, às 20h). O trabalho consiste em uma pesquisa continuada sobre o universo “trans” no Brasil e está ancorado na investigação contínua acerca da travestilidade / transformismo / transexualidade, e se potencializa na utilização da linguagem teatral como instrumento de questionamento e transformação social.

Trata-se de um teatro-musical, com uma equipe composta por atores, cantores e bailarinos. Deste modo, o espetáculo se constrói a partir de uma pesquisa histórica do papel da travesti no teatro e na sociedade, desde sua participação no início das primeiras encenações, passando pelo glamour do teatro de revista e chegando à decadência e marginalização da figura “trans” na nossa sociedade contemporânea.

Escrito e dirigido por Silvero Pereira, ator e pesquisador cearense, e pela diretora gaúcha e professora Jezebel De Carli, a peça decorre de uma parceria iniciada em 2013 com a montagem do espetáculo “BR-Trans”. Esse intercâmbio possibilitou a criação de novos laços, aproximando e unindo artistas do Ceará, RS e Pernambuco.

A trama apresenta um jovem que se suicida por não suportar mais um mundo de preconceito e discriminação, crianças que brincam sem medo do desejo, pessoas sem classe social, uma mãe que perde o filho por causa de uma sociedade cruel, seres da noite, vampiras, lobisomens, centauros urbanos, bichas, veados. “Quem tem medo de travesti” é um olhar artístico sobre o “Universo Trans”. Um espetáculo epidérmico-sensível-agressivo sobre um olhar delicado, e quase cru, acerca do medo daquilo que não se conhece ou que se julga, mesmo sem conhecer. É um trabalho sobre verdade e necessidade de falar, de se ouvir, melhor, de gritar.

A pesquisa para a encenação, sua proposição estética, trilha sonora e dramaturgia foram criadas a partir de fragmentos de vidas reais, coletados através de conversas com travestis, transexuais e transformistas, bem como pesquisas acadêmicas e documentários em vídeos. O espetáculo expõe histórias sobre a arte, exclusão, decadência e violência, presentes no cotidiano desta população. Entretanto, subvertendo estas tristes histórias, a obra vai além ao abordar narrativas de superação e transformação, tendo também o intuito de fortalecer e ampliar essa investigação, promovendo um estudo acerca da artesania dessa travestilidade enquanto metodologia em artes cênicas.

Este projeto foi contemplado no Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2015. A classificação etária é de 16 anos. A programação detalhada das apresentações em Santa Catarina está disponível em:
http://ww2.sesc-sc.com.br/evento/3413/null.

Foto de Leonardo Pequiar

Ficha Técnica
Idealização: Silvero Pereira
Direção e Dramaturgia: Jezebel De Carli e Silvero Pereira
Elenco: Denis Lacerda ( Deydianne Piaf), Verónica Valenttino (Jomar Carramanhos), Alicia Pietá, Patrícia Dawson, Italo Lopes ( Karolaynne Carton), George Hudson (Bethânia Houston) e Rodrigo Ferreira (Mulher Barbada)
Designer de Iluminação: Fábio Oliveira
Operador de Luz: Ricardo Vivian
Designer de som: Gustavo Portela
Operador de som: Fábio Peixoto
Vídeos : Gabriel Gabra
Realização: Ministério da Cultura do Brasil (Este projeto foi contemplado no Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2015).
Apoiador: Sesc
Produção: Quintal Produções e Coletivo As Travestidas
Direção Geral: Verônica Prates
Coordenação Artística: Valência Losada
Coordenadora de Projetos: Maitê Medeiros
Produtor Executivo: Thiago Miyamoto

Histórico da Companhia

As Travestidas é um Coletivo Artístico composto por Atores, Transformistas, Artistas Plásticos, Fotógrafos, Músicos, Publicitários e Designers resultante de uma pesquisa de 10 anos, realizada pelo ator e diretor Silvero Pereira, sobre o universo das travestis e transformistas. O primeiro passo desse processo está na construção do solo “Uma flor de dama” (2005), que após 8 anos de existência firma-se como um dos espetáculos mais representativos da atual cena nordestina, somando mais de 300 apresentações, entre inúmeras temporadas, festivais, mostras e intervenções, e uma excelente repercussão junto ao público e à opinião especializada, contabilizando mais de 80.000 espectadores em todo o Brasil, além de mais de 10 prêmios.

Em junho de 2008, abrindo o projeto “Fora de hora”, no Porão do Theatro José de Alencar, estreou “Cabaré da dama”, o segundo substrato dessa investigação. Dando novo formato ao solo “Uma flor de dama”, Gisele Almodóvar, Verônica Valentino e Alicia Pietá (personagens dos atores Silvero Pereira, JomarCarramanhos e Bernardo Vítor, respectivamente) conjugaram shows de transformistas (dublagens) e a referida peça teatral.

Em Abril de 2010 estreou o terceiro trabalho “Engenharia erótica – Fábrica de travestis”. Pautada em atividades empíricas (entrevistas, observações e laboratórios) e científicas (livros e artigos), que busca entreabrir a cortina de silêncio do teatro do sonho, de aparência, que envolve as travestis. No mês de Janeiro de 2012, como prelúdio para a montagem de um musical sobre transformismo, o Grupo realizou a montagem do espetáculo “Cabaret show: Yes, nós temos bananas!” Sendo este um show que tira dos atores/ transformistas o artifício da dublagem e os permite cantar um repertório de 17 canções num misto, um liquidificador de estilos musicais (samba, brega, clássico, MPB, calipso, sertanejo) fazendo alusão ao gênero e diversidade. Uma divertida brincadeira de música, performance e encenações que tratam de amor, exclusão e liberdade de expressão.

“Quem tem medo de travesti”, novo trabalho do Coletivo Artístico As Travestidas, consiste em uma pesquisa, continuada, de investigação sobre o universo “trans” no Brasil. Está ancorado e potencializado na utilização da linguagem teatral como instrumento de questionamento e transformação social. Trata-se de um espetáculo teatro-musical com uma equipe composta por atores, cantores e bailarinos. 


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