Projeto do Sesc retrata as iniciativas criativas e as lutas das periferias durante a pandemia


16/10/2020 - Atualizado em 16/10/2020 - 484 visualizações

O projeto “Narrativas audiovisuais: contranarrativas” consiste no registro em vídeo, pelas lideranças comunitárias, de como está a dinâmica desta parcela da população nesse momento de pandemia e potencializar iniciativas criativas no combate à Covid-19. O webinar de abertura do projeto, teve como tema "Imagens que constroem contranarrativas das periferias" e aconteceu na quinta-feira (15/10), com a participação de Tatiana Lima, jornalista e comunicadora popular; Alan Brum, favelado e presidente do Instituto Raízes em Movimento; Janaina Oliveira ReFem, cineasta; e mediação de Paula Franca, analista de projetos sociais do Sesc-RJ. A programação da abertura e dos painéis pode ser acessada no site do projeto: https://www.sesc.com.br/portal/site/contranarrativas/

A pandemia de Covid-19 trouxe inúmeras questões para a sociedade e um problema em especial para as comunidades em situação de vulnerabilidade social. Se longe delas, as pessoas puderam realizar isolamento social e todas as medidas de proteção, nesses territórios essa não foi uma possibilidade real. Seja pela arquitetura que não favorecem a circulação de ar, também a falta de saneamento básico e água, a impossibilidade de aquisição de produtos de higiene, comida e, até mesmo, por não terem o privilégio de ficar em casa, já que grande parte dessa população por questões econômicas e sociais precisa sair para o trabalho e, muitas vezes, prestar serviços essenciais.

Diante desse cenário, foi criado o projeto Narrativas audiovisuais: contranarrativas, em que a partir do registro das lideranças desses locais seja possível entender a dinâmica das comunidades diante da pandemia, as especificidades dessa parcela da população e potencializar iniciativas criativas no combate à Covid 19. Os vídeos elaborados pelos moradores de periferia construirão narrativas autorais - que muitas vezes são contranarrativas – e serão divulgados para dentro e fora das comunidades. As exibições serão estruturadas a partir de temas de acordo com os princípios básicos do Desenvolvimento Comunitário, como a participação social, visibilidade das demandas sociais, busca de soluções sociais e potencialização dos saberes locais.

Confira a data de exibições dos painéis:

15/10, às 15h – Webinar de abertura (ao vivo) - Imagens que constroem contranarrativas das periferias
20/10, às 15h – Painel 1 - Mobilização e articulação comunitária
22/10, às 15h – Painel 2 - Periferias e acesso a direitos nos contextos rurais e urbanos
27/10, às 15h – Painel 3 - Geração de renda e precarização do trabalho
29/10, às 15h – Painel 4 - Desenvolvimento sustentável e territórios
03/11, às 15h – Painel 5 - Relações étnico-raciais e representatividade
05/11, às 15h – Painel 6 - Gênero, violência e desigualdades
10/11, às 15h – Painel 7 - Mobilização e articulação comunitária
12/11, às 15h – Painel 8 - Periferias e acesso a direitos nos contextos rurais e urbanos
17/11, às 15h – Painel 9 - Geração de renda e precarização do trabalho
19/11, às 15h – Painel 10 - Desenvolvimento sustentável e territórios

Participam do projeto os Estados do Rio de Janeiro, Ceará, Sergipe, Santa Catarina e Polo Pantanal. Santa Catarina participa dos painéis: 1, 3, 4, 6, 8 e 9:

Conheça mais sobre os temas abordados em cada painel:

Relações étnico-raciais e representatividade
Serão abordadas as relações estabelecidas nas formas de representação, representatividade das comunidades e identidades das pessoas racializadas em algumas regiões do Brasil. A luta por representatividade desses corpos tem a ver com a proporcionalidade de pessoas negras e indígenas participantes de diversas iniciativas das cidades e que residem, na maioria das vezes, em comunidades vulneráveis. Trata-se do fortalecimento das diversas manifestações socioculturais e da criação de oportunidades da construção de imagem do corpo negro e indígena, formulador de conceitos e ideias, sobre o seu próprio ponto de vista. Afinal de contas, onde estão os negros e indígenas do Brasil? ODS 10 – Redução das Desigualdades

Gênero, violência e desigualdades
Serão abordadas a interseccionalidade das identidades e, sobretudo das questões de gênero que provocam na sociedade grandes desigualdades, intolerâncias e opressões. Trataremos aqui das dificuldades estabelecidas pelas tensões entre gêneros, mas também das lutas das pessoas oprimidas por melhor qualidade de vida, mas, principalmente pelo direito ser quem se quer ser, contrariando, muitas vezes, pressupostos sociais. ODS 5 – Igualdade de Gênero

Periferias e acesso a direitos nos contextos rurais e urbanos
Serão abordadas as relações entre periferias e direitos sociais na contemporaneidade. Aqui as periferias podem ser geográficas e simbólicas. Então trataremos com esse tema a defesa da cidadania plena que se dá pela igualdade de oportunidades de moradores e moradoras de diversos territórios e pela desconstrução de preconceitos sociais. Periferia é cidade e locus social fundamentada no convívio das pessoas, nas trocas culturais e na diversidade. ODS 1 – Erradicação da pobreza

Geração de renda e precarização do trabalho
Gerar renda em territórios precarizados é narrar o cotidiano de pessoas que lutam para inventar a vida. Misturar criatividade, premência e urgência da vida é revelar que o direito ao trabalho digno precisa ser devolvido à população numa ação direta do poder público. A precarização do trabalho, parte das estruturas neoliberais, que atinge os postos de trabalhos que antes já eram precarizados nesse momento de pandemia e na pós-pandemia reforçará essa novo normal que é a “uberização” do trabalho. ODS 8 – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos

Desenvolvimento sustentável e territórios
O contexto atual de afastamento do convívio social nos colocou agudamente frente às questões do desenvolvimento sustentável e o quão distante estamos, principalmente aqueles moradores de territórios em situações de vulnerabilidade que não lhes são oferecidos acesso programas que promovam um ambiente propício a uma vida sustentável. O desenvolvimento sustentável requer um olhar e planejamento presente e futuro respeitando a vida, a satisfação das necessidades básicas de saúde, cultura e educação; considerando nossas terras, cidades e riquezas naturais que ficam como legados para gerações futuras. ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis




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