Participantes do "Liderança Comunitária" do Sesc São Miguel do Oeste desenvolvem ação contra a violência doméstica


28/06/2019 - Atualizado em 28/06/2019 - 588 visualizações

O projeto Liderança Comunitária proporciona a adolescentes e jovens a experiência da criação e operação de uma organização comunitária. Os estudantes analisam a situação da comunidade local, detectam um aspecto a ser melhorado, constituem uma organização comunitária, elaboram um projeto de serviço comunitário e praticam atitudes de liderança.

Em 2015, o Sesc Santa Catarina implantou os primeiros grupos do projeto, e até 2018 já mobilizou mais de mil adolescentes. Em São Miguel do Oeste, é a quinta edição do projeto e uma parceria firmada com o programa Jovem Aprendiz do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) elencou o tema “violência doméstica” para ser trabalhado. A partir disso, apoiadores como a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) e a Rede Catarina de Proteção à Mulher da Polícia Militar foram agregados ao projeto, contribuindo com informações, relatos e depoimentos sobre as suas experiências e rotina de trabalho em casos de violência contra a mulher.

O grupo de 25 jovens, após estudar e buscar um número ainda maior de informações sobre o tema, organizou uma ação de simulação de situação de agressão contra a mulher em via pública. O objetivo foi observar a reação das pessoas ao presenciar um fato como este, bem como, mostrar a importância de se efetivar a denúncia pelos meios corretos.

O número de casos registrados de violência doméstica vem aumentando muito nos últimos tempos. Acredita-se que através dos meios de divulgação e trabalhos preventivos dos órgãos competentes, um número maior de pessoas está melhor informado sobre o assunto e isso gera um encorajamento nas mulheres ao decidirem registrar um boletim de ocorrência por agressão da pessoa com quem se relaciona.

Programas como a Rede Catarina de Proteção à Mulher da Polícia Militar fornecem todo o apoio e acompanhamento das vítimas em casos de medidas protetivas, por exemplo. A ação aconteceu em dois momentos, no calçadão de São Miguel do Oeste com um casal heterossexual e na rodoviária da cidade com um casal homossexual (ambos em situação de simulação) e gerou grande repercussão através dos meios de comunicação.

“Vivenciamos duas experiências diferentes, na primeira situação houve a intervenção de uma pessoa na cena e na segunda situação ninguém se mobilizou, mostrando que ainda é preciso trabalhar muito com essa questão. Nos dois momentos várias pessoas vieram nos questionar sobre ação, parabenizar e relatar sobre a importância de atitudes como essa, inclusive emocionados, foi uma experiência incrível”, relata a técnica de assistência Joiciane Pagliarini.

Após 24 horas de realização da ação, o vídeo que foi compartilhado ao vivo pelas mídias superou 13 mil visualizações. O projeto está relacionado ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 5.2 – Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos.

Confira alguns depoimentos dos participantes do projeto em São Miguel do Oeste:

Cátia Ideli Rech, 16 anos

Levo pra casa a experiência de um projeto voltado aos meus valores como mulher.

Bruno Henrique Thiel Folmer, 21 anos

Eu senti que a diferença entre gerações é a maior causa dos acontecimentos, antigamente poderia até ser considerado normal o homem ser o 'dono' da mulher, mas isso mudou. Me senti parte de um bem maior.

Alice da Silva, 16 anos

Particularmente foi muito gratificante, duas ações parecidas, mas com reações diferentes. Agradeço por esta experiência.

Liniker Olbermann Wolfart, 17 anos

Foi muito importante, pois é algo grave e deve haver conscientização das pessoas, a mulher não pede para ser agredida e merece respeito.

Poliana Ester Pinotti, 17 anos

Ao mesmo tempo que me senti feliz em ver algumas pessoas interferirem, me senti decepcionada com alguns comentários machistas e agressivos.

Vinicius Garcias de Vargas, 16 anos

Mesmo sendo uma encenação, eu não consegui levantar a mão para ela e fiquei emocionado em vê-la chorando, mexeu muito comigo e se um dia eu presenciar, vou ajudar

Colaboração: Joiciane Pagliarini, Sesc São Miguel do Oeste.




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